EDUCAÇÃO À DERIVA
- Eliete Carvalho
- 1 de jan. de 2020
- 3 min de leitura

Tenho visto, nesses últimos meses, a educação e os professores serem atacados como nunca antes na história de nosso país. Os discursos inflamados e direcionados para quem mais precisa dela têm deixado a sociedade revoltada com a falta de compromisso do Ministério da Educação. Os cortes de verbas de 30% para todas as Universidades e, agora também, para a Educação Básica nos levará ao retrocesso.
Em tempos de desaceleramento da economia, de desemprego, da retirada de direito dos trabalhadores, de cortes de programas essenciais para a população como o Minha Casa, Minha Vida, entre tantos outros, sentir saudade do Lula não faz mal algum. Lembrar de como o povo era feliz e não sabia. Tempo bom era do governo Lula, muitos sentirão falta.
O analfabeto (como muitos dizem) criou 18 Universidades e vários Institutos Federais espalhados por todo o Brasil. Ele não precisou retirar um centavo, pelo contrário, investiu e levou o pobre para dentro delas. Programas como o PROUNI, FIES e SISU não só oportunizaram o acesso de jovens de escolas públicas, como também contribuíram para que o pobre, o negro, o índio e o homossexual pudesse sonhar com o curso superior. Logo ele, que nunca cursou uma Universidade, deu lição em muitos doutores.
A educação, em sua época, estava alinhada a um projeto de nação. O país sabia onde queria chegar. Toda política de governo, antes de mais nada, era pensada para incluir os mais pobres. O Brasil era respeitado internacionalmente pelo seu protagonismo e pelos seus feitos como, por exemplo, ter sido retirado do Mapa da Fome. Quem não lembra daquela famosa frase do ex-presidente Obama: “Esse é o cara”. Dava orgulho, fazia gosto de ver o país crescendo, se desenvolvendo, era próspero. Isso sim era governar para o povo. Sem essa de segregação, de ideologização ou da cultura do medo. O Brasil era de todos os brasileiros.
E o Brasil de hoje? Está melhor? Que nos digam os noticiários, as redes sociais, os blogs, as revistas, os sites. Não podemos esquecer daqueles que faziam arminhas. Posso garantir, que o cenário é lúgubre. É desolador. Nunca na história desse país se viu tanto desmando quanto agora. O tiro é certeiro: a educação. Estados e municípios sentirão o peso dos cortes no orçamento e caminharão para agonizar. E os mais afetados, serão os que mais precisam, certamente.
Segundo o excelentíssimo Presidente, se é que posso chamá-lo como tal, disse outro dia, que o país gastava muito com educação. Estuda quem pode. Está aí o resultado. Mas devo dizer aqui que todo esse desmonte das políticas públicas estava presente nas pautas bombas do governo Federal. Ninguém foi enganado. Tudo era tão claro, tão evidente, mas a maioria do povo preferiu se enganar. Hoje, ela começa a ver e a sentir na pele seus direitos serem negados.
Já observo que os arrependidos estão na defesa de nossas escolas e Universidades como já estão fazendo os estudantes Brasil afora. Isso é bom, mas para ficar melhor, precisamos ocupar as ruas desse país em prol da educação pública de qualidade. Direito inalienável de todos os brasileiros, presente, inclusive, na Constituição Federal. Sem investimentos, a educação irá minguar. Será a falência do Estado. A educação não pode continuar à deriva, tampouco, ficar à mercê de um bando de loucos que nada entende de educação, nem de gestão pública. Resistência! Resistência! É a palavra de ordem.
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