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Google Classroom na Quarentena

  • Foto do escritor: Eliete Carvalho
    Eliete Carvalho
  • 31 de mai. de 2020
  • 3 min de leitura

Atualizado: 2 de jun. de 2020


Estou vivenciando, diante do momento que estamos passando, de isolamento social, pandemia e COVID-19, uma adaptação com o uso de novas ferramentas digitais. São várias. Seja por meio de celulares, computadores, TVs ou WhatsApp, essas ferramentas vieram para auxiliar o ensino e a aprendizagem de forma remota. Eu, como muitos professores, mundo afora, estou aprendendo e reaprendendo a me conectar com as novas metodologias de ensino voltadas para aulas remotas. Não está sendo fácil. É um desafio que fazemos todos os dias para atender às exigências das instituições de ensino, mesmo sem, muitas vezes, as mínimas condições de trabalho, e sem formação continuada para o trabalho com as tecnologias. O professor está à deriva. É ele que tem que se virar, da maneira que pode, para dá conta do processo ensino-aprendizagem.

O trabalho é dobrado e muito cansativo. Passar horas em frente de uma tela de computador, conferindo as atividades dos alunos, algo que não têm igual. Chegamos a sentir saudade da sala de aula presencial e dos inúmeros trabalhos que levamos para casa para corrigir. Essa rotina não existe mais. Agora, estamos em casa, mas trabalhando on-line com plataformas que, muitas vezes, são limitadas e sem o feedback necessário para o acompanhamento da aprendizagem dos alunos. Se na sala de aula muitos alunos apresentavam dificuldades de aprendizagem, imagina agora sem o contato presencial. Dúvidas, perguntas, estudo em grupo, projetos pedagógicos, tudo isso é coisa do passado.


Nessa quarentena, fui apresentada ao Google Classroom de uma hora para outra. E como tantas outras ferramentas, depois de conhecê-la, tenho um olhar crítico e diferenciado quando de trata do ensino e da aprendizagem, pois, não encontro razão para achar que o aluno está aprendendo por este tipo de ferramenta. Não, não está. Engana-se quem pensa que ali, os alunos terão um bom desempenho quanto ao ensino e à aprendizagem. A prova disso, é que, há pouco tempo, lançamos a plataforma Google Classroom para os alunos e, para minha surpresa, verifiquei que os discentes estão visitando a plataforma, apenas. Os que têm acesso, claro. A minha expectativa foi quebrada quando recebi o número ínfimo de retorno das atividades. Muitos podem me perguntar: então, qual seria a solução? Sinceramente falando, não sei. É o que temos para o momento. Nada mais.


Unir a Educação às tecnologias é urgente. Todos nós sabemos disso. O problema é que estudar e aprender por uma tela de celular acaba sendo desestimulante na medida em que os conteúdos pedagógicos passam horas para carregar, abrir e, às vezes, a Internet cai “ou é muito lenta”. Lembrando que, na maioria das vezes, os conteúdos são jogados nas plataformas, e as crianças e os jovens têm de se virar. Uma coisa é estudar com um computador ou mesmo um notebook e, outra bem diferente, é estudar com um limitado celular com imagens desfocadas dos conteúdos e das atividades.


A experiência com o Google Classroom, na quarentena, está servindo para mostrar que a Educação precisa sim das tecnologias. A questão é que as escolas não estão preparadas e nem equipadas o suficiente para a educação remota. Hoje, mais do nunca, as escolas precisam de investimentos, principalmente, de investimentos em formação continuada para os professores, pois não basta usar as tecnologias é preciso que a prática pedagógica seja mediada por essas novas ferramentas digitais nas rotinas da escola pública. Outra questão que não se pode passar despercebida é a desigualdade social, enquanto houver separação entre os que têm acesso e os que não acesso à Internet, não haverá educação para todos. Tampouco, os currículos atenderão ao que determina a Base Curricular Comum (BNCC), quanto às competências de tecnologias digitais de informação e comunicação. Portanto, propagar o ensino remoto como se ele atendesse às demandas educacionais é desconhecer que, na prática, ele não promove um ensino de qualidade sem a devida formação docente. O Google Classroom está nos ensinando que não.

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