O ANO NOVO CHEGOU?
- Eliete Carvalho
- 1 de jan. de 2020
- 2 min de leitura
Atualizado: 24 de dez. de 2022

Pronto. Estamos com a sensação de que nada mudou. E você, também? Ou mudou e eu ainda não consegui perceber? Essa sensação de que tudo será próspero, de que será um ano melhor do que o que passou, de que a vida vai melhorar, de que ano novo será de vida nova, de que as promessas vão se realizar, é apenas uma sensação, um estado de espírito, um desejo, uma utopia. Sem falar que prometer é fácil, o difícil é cumprir as tais promessas.
Agora, imagine as promessas vindas de políticos. Daqui a pouquinho começará tudo de novo, as disputas, as brigas, as fakes news, o disse-me-disse, as fofocas, o desrespeito. Cada um pensando em seus próprios interesses. Nesse sentido, o ano cairá de velho, porque o cenário é gritante e não há nada de novo. Só o povo é que pensa que a cidade sairá de sua mesmice e estagnação econômica. E, passada a eleição, baterá o desânimo, e a vida voltará a ser como ela é: a mesma, sem nenhuma mudança aparente, pelo menos, em relação aos planos de melhoria da cidade e de sua gente.
Duvido muito de que será um Ano Novo. Não quero ser pessimista aqui, mas logo que passar essa sensação, essa a euforia, tudo voltará para o seu lugar de sempre: o da descrença. Já se foi o tempo de se sonhar com o futuro, com o Ano Novo, novo. Digamos que esse tempo tenha ficado no passado, quando vimos, pela primeira vez, milhares de jovens negros cursando uma universidade, criança na escola, moradia para os pobres, respeito à democracia e à liberdade de expressão...
Valia apena sonhar com um futuro próspero. E aquele feliz “Ano-Novo”, tanto desejado em final de ano, de fato, era repleto de reciprocidade, de esperança e de felicidade, porque, com ele, se abriria novos caminhos, novos sonhos, novos recomeços. A vida das pessoas importava. As pessoas eram mais felizes, apesar de não saberem. Tudo isso ficou para trás. Tempos bons, diríamos.
Mas, o que temos hoje é uma realidade nua e crua. “Vivemos tempos sóbrios”. Tempo de discórdia, segregação política, desigualdade social, desemprego, discursos de ódio, preconceito, misoginia, racismo, intolerância, desrespeito, sem falar do “energúmeno” que se encontra no poder. Despreparado é ele. Fico só observando o desserviço prestado à nação. Nem preciso dizer o quanto o país retrocedeu. Ou preciso? Para os que acompanham a política, os noticiários, sabem do que estou falando. Concordar-se-ão comigo ou não, isso é outra questão. Não é mesmo?
Mas, o que será novo em 2022, de fato? Dá para projetar algum palpite? Alguma previsão? Não. Não dá, não é? Mas como não sou extremamente pessimista, prefiro que a gente descubra junto. O tempo é o senhor de todas as coisas e acontecimentos. Não há mal que dure para sempre, assim espero. E como bem disse Gregório Duvivier: “2020 começa hoje. Vamos inventar um futuro, e se tudo der certo, esse ano só termina no ano que vem”. Alguma dúvida? Então, até 2021.
Feliz Ano Velho! Ops, Novo!
Eliete Carvalho
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