O QUE FALTOU?

Eis aqui uma constatação: "Mulher ainda não vota em mulher". A prova disso é o resultado das eleições para a Câmara Municipal na cidade de Palmares. Este ano, não muito diferente dos outros, o baixo número de mulheres chamou a atenção. As poucas mulheres que foram eleitas na gestão passada perderam seus mandatos, e apenas uma mulher foi eleita entre os 15 vereadores. É notável que os homens continuam ganhando as eleições com os votos das mulheres. Elas elegem os mesmos, ou seja, os de sempre. São poucas as renovações e, mesmo assim, os homens são os prediletos.

Mas o que dizer dessa Câmara Municipal eleita? Se antes não se tinha um equilíbrio quanto à igualdade de gênero, imagine agora com apenas uma mulher. Até o representante da comunidade LGBTQI+ não foi eleito, o que mostra que a Câmara Municipal regrediu quanto à sua representatividade. O voto é soberano. O povo escolheu, inclusive as mulheres. Não restam dúvidas de que as mulheres são as grandes perdedoras desse pleito. E o que mais impressiona é que elas nem se dão conta dessa falta de representatividade.

Uma Câmara com cara de assistencialismo. Ganhou quem mais deu "tapinha no ombro" e quem usou o que já é do povo para o povo, como é o caso de exames, consultas médicas, remédios, entre outros. Ela nunca foi propositiva e, agora, muito menos. De nada adianta ter uma nova Câmara, mas com os mesmos atores e as velhas práticas assistencialistas.

Não se pode aqui falar dos novos eleitos, porque eles ainda vão ser testados. Mas uma coisa é certa: as mulheres não estão bem representadas. Faltou a chamada consciência de classe, porque as mulheres ainda não se deram conta do que é representatividade. Achar que os homens as representam é adiar, cada vez mais, o acesso aos espaços de poder. A igualdade de gênero ainda está longe, muito lon

#Triste realidade Eliete Carvalho____Blog Letras & Livros

Palmares, 16/11/2020

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