TRINCA DE VILMAR CARVALHO
- Eliete Carvalho
- 31 de dez. de 2019
- 2 min de leitura
Sobre o livro Meu cabelo é afro. E daí?

1. O livro infantil é fantástico. Ele cumpre vários sentidos: apresenta a literatura ficcional à criança; ele é lúdico no mais exato termo; é mágico e propositivo, pois narra uma "moral da história", uma lição singela, pequena, mas que abre as possibilidades do homem melhorar a si mesmo e ao seu redor. Talvez, por isso, o livro infantil atraia o leitor adulto também. Ali a criança é protagonista ou narradora de uma história de todos nós, seres sempre incompletos; por aprender, movidos pela imaginação. O livro infantil é isso: imaginação que possibilita acreditar em algo melhor de nós seres humanos.
2. Mas não há narrativa sem conflito. O livro infantil marca o início dessa temática de como o protagonismo supera o antagonismo. E de como o último perde substância diante do que é oferecido pelo mais encantado e, por isso, extremamente verdadeiro. E porque digo tais coisas? Digo, assim, pois a cidade de Palmares ganhou uma escritora de livros infantis, que mesmo em sua estreia provoca essa "imaginação que possibilita acreditar em algo melhor de nós mesmos". O livro "Meu cabelo é afro. E daí?" - de Eliete Carvalho - é uma história comum envolvendo uma menina de cabelo crespo, sempre recomendada, pela professora, a prendê-lo.
3. Uma exigência sem maldade ou ofensa, porém antagonista: a mãe da menina negra é zelosa e cuida do cabelo da filha diariamente, mas ninguém, na escola, enxerga na cabeleira da menina negra um penteado. Na história, o protagonismo da criança é demonstrar insatisfação com o fato de amarrarem o cabelo carinhosamente cuidado pela mãe. O livro de Eliete demonstra como o diálogo possibilita (entre alunos, pais e professores) o respeito entre as raças. Recomendo sua leitura (para crianças e adultos!). A moral da história é que superado o preconceito, todas as cabeleiras diferentes ganham visibilidade, beleza própria, um jeito de ser diante de negros, brancos e mestiços.
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