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As aulas remotas funcionam?

  • Foto do escritor: Eliete Carvalho
    Eliete Carvalho
  • 28 de set. de 2020
  • 2 min de leitura

Veio a pandemia. A única saída para que os estudantes de todo o Brasil não perdesse o ano letivo, suscitou o uso das aulas remotas. De uma hora para outra, os professores se viram diante de enormes desafios: trabalhar de forma remota, mediados por tecnologias até então pouco usuais. Cada corpo docente foi, aos poucos, buscando alternativas para se adequar às exigências do ensino e da aprendizagem, mesmo sem estar preparado para o uso das novas ferramentas digitais. De repente, a escola foi parar nas casas dos estudantes por meio de celulares, computadores e tablets. E o novo normal exigiu, da comunidade escolar, um esforço enorme para que as crianças e os jovens continuassem estudando. Pais, alunos e professores, ao mesmo tempo em que se adaptaram, passaram a conviver com o medo e as incertezas do retorno às aulas presenciais.


Infelizmente, é o que temos em curso: as aulas remotas. Não dá para pensar em retorno às aulas diante da persistência dos inúmeros casos de COVID-19 no país. E a escola é um dos lugares propícios à proliferação da doença. Até porque as escolas não estão preparadas o suficiente para enfrentar uma pandemia que requer, além dos protocolos sanitários, a adequação das salas de aulas e dos espaços físicos, coisa que a maioria das escolas brasileiras não possuem. Diante desta nova realidade evidenciamos muitos prejuízos à educação, visto que as aulas remotas não estão atendendo à maioria dos estudantes. Sem falar que as aulas remotas não são suficientes para que aconteça uma aprendizagem significativa, deixando muitas lacunas, talvez, irrecuperáveis, posto que o ano letivo se aproxima do final.


Os maiores prejudicados, nesse processo de ensino a distância, não restam dúvidas que são os mais pobres. Eles são frutos da desigualdade desse país e estão excluídos do ensino a distância, por vários motivos: não têm acesso à internet, smartphone, computadores ou tablets. Ou seja, a pandemia revelou que o lugar de professor e aluno é, verdadeiramente, na escola. Ela é insubstituível. Não adianta criar o discurso de que a “a educação não pode parar” ou mesmo de que as aulas remotas estão funcionando com sucesso desejado. Para quem? Como estão funcionando? A ideia aqui, deste diálogo, não é promover o pessimismo, pelo contrário, é refletir sobre o processo de ensino/aprendizagem sem os holofotes das mídias ou mesmo das Secretarias de Educação. É ainda olhar para as plataformas de ensino, criadas durante a pandemia, e perceber, com realismo, que o aluno não está, em casa, acompanhando as aulas remotas.


Eliete Carvalho__-Blog Letras & Livros

Palmares, 28 de setembro de 2020

Imagem: Google

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