BULLYING, MODISMO E REALIDADE
- Eliete Carvalho
- 25 de jan. de 2020
- 2 min de leitura
Atualizado: 24 de mar. de 2020

A palavra Bullying, nos últimos anos, vem sendo discutida por vários profissionais, sejam psicólogos, especialistas da área da educação, gestores, professores, coordenadores, entre outros. É um termo advindo do inglês (bully, que significa valentão, brigão), mas também é sinônimo de agressão moral, física, psicológica ou verbal. Traduzindo em outras palavras: é violência.
O bullying sempre existiu nas escolas, mas somente dos anos 70 para cá, é que vem ganhando cada vez mais atenção especial por pesquisadores de diversos países. Segundo a pesquisadora e pioneira, no Brasil, em divulgar pesquisas sobre o bullying, Cleo Fante, ressalta que: “Na prática, acontece quando um estudante ou mais, de forma intencional, elege como alvo outro (ou outros) contra o qual desfere uma série de maus-tratos repetitivos, impossibilitando sua defesa”.
Então, quem nunca viu um caso de bullying na escola que atire a primeira pedra. Todos os dias, nas escolas do Brasil e do mundo todo, aparecem casos de xingamentos, maus-tratos e violência verbal ou física contra alunos indefesos, tímidos e desprotegidos. Eles são perseguidos, de forma intencional, por outros ditos “valentões”, “poderosos” e “brigões” do pedaço. Muitas vezes, a violência vem camuflada através das “brincadeiras” desagradáveis como, por exemplo, os apelidos de mau gosto contra pessoas que são gordas e carregam a alcunha de baleia; os homossexuais que são chamados de gay, bicha; o negro que é chamado de macaco. Sem falar de outros tipos de xingamentos e agressões físicas constantes como insultos, ataques físicos, expressões ameaçadoras, etc. Várias são as fobias encontradas por trás dessas brincadeiras. Às vezes, o bullying passa despercebido justamente porque quem sofre, quem é agredido tem medo de falar, sente-se humilhado, intimidado.
As pesquisas revelam que, infelizmente, o bullying traz várias consequências para a vida escolar. Geralmente os alunos têm uma baixa no rendimento escolar, ficam desmotivados, não querem mais frequentar as aulas, perdem a concentração e são vistos pelos cantos, evitando contatos. Esse tipo de comportamento pode sim comprometer o processo de ensino e de aprendizagem, e o resultado é o mesmo de sempre: a reprovação escolar.
Modismo ou não, o fato é que o bullying é uma realidade. Ele está por toda parte. Seja na escola ou fora dela e, até mesmo, em casa. Os relatos de maus-tratos, carência afetiva, ausência de limites e violência doméstica, que os jovens vivenciam em casa, contribuem para formação da personalidade do jovem agressor (o bully). Geralmente, são pessoas extremamente controladoras, autoritárias e egoístas.
Qual é a saída, então? Essa é uma preocupação de todos que fazem a escola. É preciso intervenções constantes de combate às agressões repetitivas de caráter intencional e proposital. Certamente, o diálogo é o primeiro passo com os alunos. Em segundo lugar, alertar professores, pais e alunos com palestras. E em terceiro lugar, criar projetos que venham valorizar os laços afetivos, a autoestima, o amor ao próximo e a solidariedade, para que se tenha um ambiente harmonioso, tranquilo e de paz na escola.
Eliete Carvalho____Blog Letras & Livros
Imagem: Google
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