Fora ou dentro do Internetês?
- Eliete Carvalho
- 22 de jan. de 2020
- 2 min de leitura
Atualizado: 27 de jan. de 2020

Internetês, neologismo criado a partir do uso da linguagem virtual. É bastante veiculado em chats (salas de bate-papo), msn e blogs na Internet. Quem não estiver antenado com as abreviações, os ícones, os símbolos e até mesmo com as palavras erradas e os erros elementares de regras gramaticais, certamente, estará por fora do mais novo e avassalador código virtual – o internetês. Por exemplo, não é “naum”, você é “vc”, hoje é “hj”, beijos é “bjs”, também é “tb”, aqui é “aki”, cadê é “kd”, risada é “kk”, casa é “ksa”, assim é “axim”, bonito é “bunitu” e legal é “legau”.
Essa nova forma de escrever via internet vem dando o que falar, principalmente, porque não se trata apenas das abreviações, mas também dos erros de ortografia, concordância, pontuação, acentuação gráfica e, por aí, vão os jovens escrevendo horas a fio na Internet de forma “aleatória” e irreconhecível, pelo menos, é o que muitos professores de língua portuguesa afirmam.
Escrever errado na Internet é engraçado e divertido para os jovens. As aulas de português pouco importam na hora de processar as conversas virtuais. Pode-se dizer que a escrita eletrônica é muito diferente da escrita da escola. No geral, os internautas escrevem com bastante economia, ou seja, de maneira simplificada e carregada de pausas, grafismos, abreviações e erros gramaticais. Com um único objetivo: para ganhar tempo. Já que a comunicação digital, em tempo real, acontece com várias pessoas ao mesmo tempo.
Para quem não conhece o código das conversas instantâneas, é quase impossível decifrar o que dizem os jovens quando estão interagindo nas salas de bate-papo. Mas, há muita polêmica em torno dessa questão. Uns defendem que o internetês não prejudica em nada a escrita dos jovens, pois uma coisa é escrever na internet; outra, é na redação escolar - uma vez que os jovens têm consciência de como, onde e com quem trocam esse tipo de linguagem. No entanto, outros acham que os estudantes estão totalmente influenciados pelas conversas dos bate-papos, transferindo os códigos – típicos das conversas instantâneas – para as redações escolares e passam a alertar os discentes sobre os riscos de maus tratos ao idioma português, por conta dos “erros” graves de gramática.
Polêmicas à parte, mas se as conversas nos chats, em virtude da rapidez, agilidade e praticidade são informais, então é comum se presenciar em gênero desse tipo, as gírias, as palavras repetidas, as abreviações, as pausas, os neologismos, etc, por ele se aproximar muito da linguagem falada. O problema não está no internetês e sim em usá-lo fora do contexto de produção. Não há nenhum problema quanto a essa nova forma de linguagem. Ela nada tem a ver com ignorância ou preguiça mental. O que não se pode é levar para a escrita formal, como é o caso das redações escolares esses recursos linguísticos - específicos da oralidade - para dentro do texto. Isso seria desconhecer as diferenças e semelhanças entre as modalidades: falada e escrita.
Eliete Carvalho
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