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QUANDO A LEITURA INTERESSA

  • Foto do escritor: Eliete Carvalho
    Eliete Carvalho
  • 25 de jan. de 2020
  • 2 min de leitura

Atualizado: 8 de abr.



Sou professora de Língua Portuguesa. Estou cansada de ouvir que os jovens não gostam de ler, muito menos de escrever. As reclamações parecem ser unânimes, tanto na escola como fora dela. Elas vêm de todos os lados: dos pais, dos professores e até mesmo dos próprios jovens. E, principalmente, agora, com o fenômeno das redes sociais, já virou até lugar comum dizer que crianças e adolescentes não leem mais. Será? Isso é verdade?


Observo, frequentemente, na escola, as várias tentativas para fazer os jovens lerem. Mas vejo que ela (a escola) peca em não identificar a recusa dos jovens em relação à leitura. Ela termina impondo-a como parâmetro para incentivá-los a gostarem de ler, mas, quase sempre, as tentativas e as experiências dão errado. Primeiro, porque não é obrigando ninguém a ler que a leitura se fará presente. E, em segundo lugar, ninguém aprende a ler só porque o professor ou alguém diz: “A leitura é fundamental!”. “Leiam!”. Isso em nada acrescentaria a um jovem que não foi trabalhado para desenvolver o hábito da leitura. Ninguém nasce sabendo. Também não se aprende a ler de um dia para outro. Daí a importância de se estimular a criança desde cedo a ter acesso ao livro, de preferência, a livros interessantes, que despertem a imaginação e que sirvam de exemplos para o desenvolvimento cognitivo da criança ou do adolescente.


Livros, revistas, jornais, poesias são excelentes fontes de leitura, mas é preciso estar em sintonia com aquilo que os jovens gostam ou gostariam de ler, para que a leitura venha a se processar sem bloqueio, sempre fruto do desejo e da curiosidade dos jovens. Está mais que provado que, quando a leitura interessa, ao contrário do que muita gente pensa, o jovem vai além das expectativas do professor. Já presenciei muitos alunos devorando livros, entusiasmados com a leitura e prontos para outros desafios. Quando isso acontece, é porque a leitura, na verdade, sempre esteve presente em suas vidas. Nesse caso, a leitura torna-se um prazer. É fato também que esses jovens, nos seus primeiros anos, tiveram pais que leram para eles. Por outro lado, outros têm ojeriza à leitura, sem vontade, sem estímulo para ler, justamente porque muitos não aprenderam a ler ou a leitura recomendada de alguns livros não chamou sua atenção.


O que me parece urgente é estimular a leitura na escola. Não importa a série ou a idade. O ideal é dar condições, criar oportunidades para que os jovens entrem em contato com a leitura de bons livros, mas essa leitura jamais poderá ser solta, sem direção ou de forma aleatória. Fazer a leitura entrar na vida dos jovens não é só questão de um incentivo a mais. Ela é uma das ferramentas importantes para o pleno exercício da cidadania. Acho que não é jogando a responsabilidade para os jovens que a escola ensinará a ler; antes, é tarefa precípua dela. Portanto, a escola precisa tornar o ato de ler em experiências interessantes e gratificantes para a busca de um leitor competente, fugindo, lógico, dos maçantes trabalhos de leitura que em nada acrescentam à vida dos jovens.



Eliete Carvalho____Blog Leras & Livros

Imagem: Google

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